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Hermenêutica
Hermenêutica

Princípios:

 

Almejamos, através de um estudo dos princípios de hermenêutica oferecidos aqui, ajudar todos a compreenderem e aplicarem melhor os ensinos da Bíblia. Estes princípios são baseados nas "normas de linguagem" que governaram a comunicação por escrita nos tempos bíblicos. Como Robert Stein afirma, cada autor bíblico escreveu um texto que podia ser compartilhado e compreendido por outras pessoas, "submetendo-se propositadamente às convenções e à compreensão da linguagem de sua época". (Robert Stein "Guia Básico para a Interpretação da Bíblia", Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p. 33).

Nossa intenção é de conhecer melhor o vocabulário, a gramática e os princípios da hermenêutica bíblica que governaram os autores das Sagradas Escrituras. Alcançando este objetivo, vamos compreender e saber viver cada vez melhor a vontade de Deus. O Senhor permitindo, assim viveremos de forma cada vez mais unida, pois é assim que Deus quer que todos seus filhos vivam.

 

A Necessidade de Interpretação

de Gordon D. Fee e Douglas Stuart

 

Com certa freqüência encontramos com alguém que diz com muito fervor: "Você não precisa interpretar a Bíblia; leia-a, apenas, e faça o que ela diz." Usualmente, semelhante observação reflete o protesto contra o "profissional", o estudioso, o pastor, o catedrático ou o professor da Escola Dominical que, por meio de "interpretar," parece estar tirando a Bíblia do homem ou da mulher comum. É sua maneira de dizer que a Bíblia não é um livro obscuro. "Afinal das contas," argumenta-se, "qualquer pessoa com metade de um cérebro pode lê-la e entendê-la. O problema com um número demasiado de pregadores e professores é que cavam tanto que tendem a enlamear as águas. O que era claro para nós quando a lemos já não é mais tão claro."

Há muito de verdade em tal protesto. Concordamos que os cristãos devam aprender a ler a Bíblia, crer nela, e obedecê-la. E concordamos especialmente que a Bíblia não precisa ser um livro obscuro, se for corretamente estudada e lida. Na realidade, estamos convictos que o problema individual mais sério que as pessoas têm com a Bíblia não é uma falta de entendimento, mas, sim o fato de que entendem bem demais a maior parte das coisas! O problema de um texto tal como: "Fazei tudo sem murmurações nem contendas" (Fp 2.14), por exemplo, não é compreendê-lo, mas, sim, obedecê-lo — colocá-lo em prática.

Concordamos, também, que o pregador ou o professor estão por demais inclinados a escavar primeiro, e a olhar depois, e assim encobrir o significado claro do texto, que freqüentemente está na superfície. Seja dito logo de início — e repetido a cada passo, que o alvo da boa interpretação não é a originalidade, não se procura descobrir aquilo que ninguém jamais viu.

A interpretação que visa a originalidade, ou que prospera com ela, usualmente pode ser atribuída ao orgulho (uma tentativa de "ser mais sábio" do que o resto do mundo), ao falso entendimento da espiritualidade (segundo o qual a Bíblia está repleta de verdades profundas que estão esperando para serem escavadas pela pessoa espiritualmente sensível, com um discernimento especial), ou a interesses escusos (a necessidade de apoiar um preconceito teológico, especialmente ao tratar de textos que, segundo parece, vão contra aquele preconceito). As interpretações sem igual usualmente são erradas. Não se quer dizer com isto que o entendimento de um texto não possa freqüentemente parecer sem igual para alguém que o ouve pela primeira vez. O que queremos dizer mesmo é que a originalidade não é o alvo da nossa tarefa.

O alvo da boa interpretação é simples: chegar ao "sentido claro do texto." E o ingrediente mais importante que a pessoa traz a essa tarefa é o bom-senso aguçado. O teste de uma boa interpretação é se expõe o sentido do texto. A interpretação correta, portanto, traz alívio à mente bem como uma aguilhoada ou cutucada no coração.

Mas, se o significado claro é aquilo sobre o que a interpretação diz respeito, então para que interpretar? Por que não ler, simplesmente? O significado simples não vem pela mera leitura? Em certo sentido, sim. Mas num sentido mais verídico, semelhante argumento é tanto ingênuo quanto irrealista por causa de dois fatores: a natureza do leitor e a natureza da Escritura.


A natureza das Escrituras

Uma razão mais significante para a necessidade de interpretação acha-se na natureza da própria Escritura. Historicamente a igreja tem compreendido a natureza da Escritura de maneira muito semelhante à sua compreensão da Pessoa de Cristo — a Bíblia é, ao mesmo tempo, humana e divina. Conforme o Professor George Ladd certa vez expressou o fato: "A Bíblia é a Palavra de Deus dada nas palavras de (pessoas) na história." É esta natureza dupla da Bíblia que exige da nossa parte a tarefa da interpretação.

Porque a Bíblia é a Palavra de Deus, tem relevância eterna; fala para toda a humanidade em todas as eras e em todas as culturas. Porque é a Palavra de Deus, devemos escutar — e obedecer. Mas porque Deus escolheu falar Sua Palavra através das palavras humanas na história, todo livro na Bíblia também tem particularidade histórica; cada documento é condicionado pela linguagem, pela sua época, e pela cultura em que originalmente foi escrito (e nalguns casos também pela história oral que teve antes de ser escrito). A interpretação da Bíblia é exigida pela "tensão" que existe entre sua relevância eterna e sua particularidade histórica.

Há alguns, naturalmente, que acreditam que a Bíblia é meramente um livro humano, e que contém somente palavras das pessoas na história. Para estas pessoas, a tarefa de interpretar é limitada à pesquisa histórica. Seu interesse, como no caso de Cícero ou Milton, é com as idéias religiosas dos judeus, de Jesus, ou da igreja primitiva. A tarefa para eles, no entanto, é puramente histórica. O que estas palavras significavam para as pessoas que as escreveram? O que pensavam acerca de Deus? Como se compreendiam a si mesmos?

Há, do outro lado, aqueles que pensam na Bíblia somente em termos da sua relevância eterna. Porque é a Palavra de Deus, tendem a pensar nela como sendo apenas uma coletânea de proposições a serem cridas e de imperativos a serem obedecidos — embora, invariavelmente, haja grande medida de selecionamento e escolha a ser feita entre as proposições e imperativos. Há, por exemplo, cristãos que baseados em Deuteronômio 22.5 ("A mulher não usará roupa de homem"), argumentam literalmente que a mulher não deve usar calça comprida nem short. As mesmas pessoas, porém, raras vezes tomam literalmente os demais imperativos naquela lista, que incluem a construção de um parapeito no telhado da casa (v. 8), a não plantação de dois tipos de sementes numa vinha (v. 9), e fazer borlas nos quatro cantos do manto (v. 12).

A Bíblia, no entanto, não é uma série de proposições e imperativos; não é simplesmente uma coletânea de "Ditados da parte do Presidente Deus," como se Ele olhasse para nós aqui em baixo, estando Ele no céu, e dissesse: "Ei, vocês aí em baixo, aprendam estas verdades. Número 1: Não há Deus senão Um só, e Eu o sou. Número 2: Eu sou o criador de todas as coisas, inclusive a humanidade" — e assim por diante, chegando até a proposição número 7.777 e ao imperativo número 777.

Estas proposições, naturalmente, são verdadeiras; e acham-se na Bíblia (embora não nessa forma exata). Realmente, semelhante livro poderia ter tornado muitas coisas mais fáceis para nós. Mas, felizmente, não foi assim que Deus escolheu falar conosco. Pelo contrário, escolheu falar Suas verdades eternas dentro das circunstâncias e eventos específicos da história humana. É isto também que nos dá esperança. Exatamente porque Deus escolheu falar no contexto da história humana, real, podemos ter certeza que estas mesmas palavras falarão novamente em nossa própria história "real", conforme têm feito no decorrer da História da igreja.

O fato de que a Bíblia tem um lado humano é nosso encorajamento; também é o nosso desafio, e é a razão porque precisamos interpretar. Duas coisas precisam ser notados quanto a isto.

1. Ao falar através de pessoas reais, numa variedade de circunstâncias, por um período de 1500 anos, a Palavra de Deus foi expressada no vocabulário e nos padrões de pensamento daquelas pessoas, e condicionada pela cultura daqueles tempos e circunstâncias. Ou seja: a Palavra de Deus para nós foi primeiramente a Sua Palavra a elas. Se iriam ouvi-la, somente poderia ser através de eventos e linguagem que elas poderiam ter entendido. Nosso problema é que estamos muito longe delas no tempo, e às vezes no pensamento. Esta é a razão principal porque precisamos aprender a interpretar a Bíblia. Se a Palavra de Deus acerca das mulheres usando roupas de homens, ou das pessoas que devem ter parapeitos ao redor das casas pode falar conosco, precisamos saber primeiro o que dizia aos seus ouvintes originais — e por que.

Logo, a tarefa de interpretar envolve o estudante/leitor em dois níveis. Primeiramente, é necessário escutar a Palavra que eles ouviram; devem procurar compreender o que foi dito a eles lá e então. Em segundo lugar, devemos aprender a ouvir essa mesma Palavra no aqui e agora. Diremos mais acerca destas duas tarefas, abaixo.

2. Um dos aspectos mais importantes do lado humano da Bíblia é que Deus, para comunicar Sua Palavra para todas as condições humanas, escolheu fazer uso de quase todo tipo de comunicações disponível: a história em narrativa, as genealogias, as crônicas, leis de todos os tipos, poesia de todos os tipos, provérbios, oráculos proféticos, enigmas, drama, esboços biográficos, parábolas, cartas, sermões e apocalipses.

Para interpretar corretamente o "lá e então" dos textos bíblicos, não somente se deve saber algumas regras gerais que se aplicam a todas as palavras da Bíblia, como também se deve aprender as regras especiais que se aplicam a cada uma destas formas literárias (gêneros). E a maneira de Deus comunicar-nos Sua Palavra no "aqui e agora" freqüentemente diferirá de uma forma para outra. Por exemplo, precisamos saber como um salmo, uma forma que freqüentemente era dirigida a Deus, funciona como a Palavra de Deus para nós, e como os Salmos diferem das "leis," que freqüentemente eram dirigidas a pessoas em situações culturais que já não existem mais. Como tais "leis" nos falam, e como diferem das "leis" morais, que sempre são válidas em todas as circunstâncias? Tais são as perguntas que a natureza dupla da Bíblia nos impõe.

 

EXEGESE:

A primeira tarefa do intérprete chama-se exegese. A exegese é o estudo cuidadoso e sistemático da Escritura para descobrir o significado original que foi pretendido. A exegese é basicamente uma tarefa histórica. É a tentativa de escutar a Palavra conforme os destinatários originais devem tê-la ouvido; descobrir qual era a intenção original das palavras da Bíblia. Esta é a tarefa que freqüente-mente exige a ajuda do "perito," aquela pessoa cujo treinamento a ajudou a conhecer bem o idioma e as circunstâncias dos textos no seu âmbito original. Não é necessário, no entanto, ser um perito para fazer boa exegese.

Na realidade, todos são exegetas dalgum tipo. A única questão real é se você vai ser um bom exegeta. Quantas vezes, por exemplo, você ouviu ou disse: "O que Jesus queria dizer com aquilo foi..." "Lá naqueles tempos, tinham o costume de .. ."? São expressões exegéticas. São empregadas mais freqüente-mente para explicar as diferenças entre "eles" e "nós" — por que não edificamos parapeitos em redor das nossas casas, por exemplo, ou para dar uma razão do nosso uso de um texto de uma maneira nova ou diferente — por que o aperto da mão freqüentemente tomou o lugar do "ósculo santo." Até mesmo quando tais idéias não são articuladas, são, na realidade, praticadas o tempo todo de um modo que segue o bom-senso.

O problema com boa parte disto, no entanto, é (1) que tal exegese freqüentemente é seletiva demais, e (2) que freqüentemente as fontes consultadas não são escritas por "peritos verdadeiros," ou seja: são fontes secundárias que também empregam outras fontes secundárias, ao invés das fontes primárias. São necessárias umas poucas palavras acerca de cada um destes problemas:

1. Embora todos empreguem exegese nalgumas ocasiões, e embora muito freqüentemente semelhante exegese seja bem feita, mesmo assim, tende a ser empregada somente quando há um problema óbvio entre os textos bíblicos e a cultura moderna. Posto que realmente deve ser empregada para tais textos, insistimos que é o primeiro passo ao ler TODO texto. De início, isto não será fácil de fazer, mas aprender a pensar exegeticamente pagará ricos dividendos no entendimento, e tornará a leitura, sem mencionar o estudo da Bíblia, uma experiência muito mais emocionante. Note bem, no entanto: Aprender a pensar exegeticamente não é a única tarefa; é simplesmente a primeira tarefa.

O problema real com a exegese "seletiva" é que a pessoa freqüentemente atribuirá suas próprias idéias, completamente estranhas, a um texto e, assim, fará da Palavra de Deus algo diferente daquilo que Deus realmente disse. Por exemplo, um dos autores deste livro recentemente recebeu uma carta de um evangélico bem conhecido, que argumentou que o autor não deveria comparecer a uma conferência juntamente com outra pessoa bem conhecida, cuja ortodoxia era algo suspeita. A razão bíblica dada para evitar a conferência foi 1 Tessalonicenses 5.22: "Abstende-vos de toda forma do mal". Se, porém, nosso irmão tivesse aprendido a ler a Bíblia exegeticamente, não teria usado o texto dessa maneira. Ora, 1 Ts. 5:22 foi a palavra final de Paulo num parágrafo aos tessalonicenses a respeito das expressões carismáticas na comunidade. "Não tratem as profecias com desprezo", diz Paulo. "Pelo contrário, testem tudo, e apeguem-se ao que é bom, mas evitem todas as formas malignas." "Evitar o mal" tem a ver com "profecias," que, ao serem testadas, revelam-se não serem do Espírito. Fazer este texto significar alguma coisa que Deus não pretendeu é abusar do texto, não usá-lo. Para evitar erros deste tipo, devemos, aprender a pensar exegeticamente, ou seja: começar no passado, lá e então, e fazer assim com todos os textos.

2. Conforme logo notaremos, não se começa consultando os "peritos." Mas quando for necessário fazê-lo, devemos procurar usar as melhores fontes. Por exemplo, em Marcos 10.23 (Mt. 19.23; Lc 18.24), no término da história do jovem rico, Jesus diz: "Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!" Passa a acrescentar: "É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus." Freqüentemente se diz que havia uma porta em Jerusalém chamada o "Fundo da Agulha," pela qual os camelos somente poderiam atravessar de joelhos, e com grande dificuldade. A lição desta "interpretação" é que um camelo poderia realmente passar pelo "Fundo da Agulha." O problema desta "exegese," no entanto, é que simplesmente não é verdadeira. Nunca houve semelhante porta em Jerusalém, em qualquer período da sua história. A primeira "evidência" que se conhece em prol de tal idéia é achada no século XI d.C. (!), num comentário de um eclesiástico grego chamado Teofilacto, que tinha a mesma dificuldade com o texto que nós temos. Afinal das contas, é impossível para um camelo passar pelo fundo de uma agulha, e era exatamente o que Jesus queria ensinar. É impossível para alguém que confia nas riquezas entrar no Reino. É necessário um milagre para uma pessoa rica receber a salvação, o que é certamente a lição das palavras que se seguem: "Para Deus tudo é possível."

 

APRENDENDO A ESCUTAR A DEUS:

[Este material foi cedido por Max do jornal “Crossings” (Cruzadas) da igreja onde ele prega, Oak Hills Church, em San Antonio, Texas. Material parecido e mais elaborado pode ser encontrado no livro de Max “Simplesmente Como Jesus”, publicado pela CPAD.]

Escutar a Deus é uma experiência de primeira mão. Quando ele pede sua atenção, Deus não quer que você envie um substituto; ele quer você. Ele o convida a tirar férias no esplendor dele. Ele o convida a sentir o toque da mão dele. Ele o convida a festejar à mesa dele. Ele quer passar tempo com você. E com um pouco de treinamento, seu tempo com Deus pode ser o ponto alto do seu dia.

Equipados com as ferramentas certas, nós podemos aprender a escutar a Deus. Quais são essas ferramentas? Aqui estão as que eu achei úteis.

Uma hora do dia e um lugar constantes
Escolha um horário na sua agenda e um canto de seu mundo, e reserve-os para Deus. Para alguns pode ser melhor fazer isto pela manhã. “já de manhã a minha oração chega à tua presença” (Sl. 88:13 NVI). Outros preferem à noite e concordam com a oração de Davi, “Suba à tua presença a minha oração, como incenso, e seja o erguer de minhas mãos como oferenda vespertina.” (Sl. 141:2 ARA). Outros preferem muitos encontros durante o dia. Aparentemente o autor de Salmo 55 sentia isto. Ele escreveu, “À tarde, pela manhã e ao meio-dia choro angustiado, e ele ouve a minha voz.” (v. 17 NVI)

Alguns sentam debaixo de uma árvore, outros na cozinha. Talvez sua viagem ao trabalho ou sua hora de almoço seriam apropriados. Busque um tempo e lugar que pareçam certos para você.

Quanto tempo você deve separar? O quanto você precisar. Dê mais valor à qualidade do que à quantidade de tempo. Seu tempo com Deus deve durar o suficiente para você dizer o que você quer e para Deus dizer o que ele quer. Isso nos leva a uma segunda ferramenta que você precisa - uma Bíblia aberta.

Uma Bíblia aberta
Deus fala conosco pela Palavra dele. O primeiro passo para ler a Bíblia é pedir a Deus para ele lhe ajudar a entender a Palavra. “Mas o Conselheiro, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, lhes ensinará todas as coisas e lhes fará lembrar tudo o que eu lhes disse.” (João 14:26 NVI).

Antes de ler a Bíblia, ore. Não vá para a Escritura procurando suas próprias idéias; vá procurar as de Deus. Leia a Bíblia em oração. Também, leia a Bíblia com cuidado. Jesus nos falou, "Procure, e você achará" (Mat. 7:7). Deus recomenda aqueles que meditam na Palavra “dia e noite” (Sl. 1:2). A Bíblia não é um jornal a ser lido superficialmente, mas uma mina onde procuramos seu tesouro. “se procurar a sabedoria como se procura a prata e buscá-la como quem busca um tesouro escondido, então você entenderá o que é temer o Senhor e achará o conhecimento de Deus.” (Prov. 2:4-5 NVI).

Eis um ponto prático. Estude a Bíblia um pouco de cada vez. Deus parece enviar mensagens como ele fez com o maná: numa porção suficiente para cada dia. Ele provê “preceito sobre preceito, preceito e mais preceito; regra sobre regra, regra e mais regra; um pouco aqui, um pouco ali.” (Isa. 28:10 ARA). Escolha profundidade ao invés de quantidade. Leia até que um versículo lhe “toque”, então pare e medite nisto. Copie o versículo numa folha de papel, ou escreva em seu diário, e reflita nele várias vezes.

Na manhã em que eu escrevi isto, por exemplo, meu tempo em meditação foi em Mateus 18. Eu li apenas quatro versículos quando vi, “quem se faz humilde como esta criança, este é o maior no Reino dos céus.” Eu não precisei ir adiante. Eu copiei as palavras em meu diário e as ponderei de tempo em tempo durante o dia. Várias vezes eu perguntei a Deus, “Como eu posso ser mais como uma criança?” Até o final do dia, me lembrei de minha tendência de me apressar, e de ficar preocupado.

Eu aprenderei o que Deus pretende que eu aprenda? Se eu escutar, sim!

Não fique desanimado se sua leitura render uma colheita pequena. Há dias em que uma porção menor é tudo que nós precisamos. Uma menina novinha voltou do primeiro dia na escola. A mãe dela perguntou, “Você aprendeu alguma coisa?” “Acho que não”, a menina respondeu. “Eu tenho que voltar amanhã e no dia seguinte, e no dia seguinte ...”

Tal é o caso com a aprendizagem. E tal é o caso com o estudo da Bíblia. O entender vem aos poucos, durante uma vida toda.

Um coração atento
Há uma terceira ferramenta para ter um tempo produtivo com Deus. Nós precisamos não só de um tempo constante e uma Bíblia aberta, nós também precisamos de um coração atento. Não esqueça da advertência de Tiago: “O evangelho é a lei perfeita que dá liberdade às pessoas. Se alguém examina bem essa lei e não a esquece, mas a põe em prática, Deus vai abençoar tudo o que essa pessoa fizer.” (Tiago 1:25 NTLH).

Nós sabemos que estamos escutando a Deus quando aquilo que nós lemos na Bíblia for o que outros vêem em nossas vidas.

Paulo chamou seus leitores a porem em prática o que eles tinham aprendido dele. “O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco.” (Filipenses 4:9 ARA).

Eu quero encorajar você a fazer o mesmo. Passe tempo escutando a Deus até que você receba sua lição para o dia – e então, pratique-a.

Copyright © 2004 Max Lucado. Todos os direitos reservados.
Texto traduzido por Dennis Downing e usado com permissão do autor.


 

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